quarta-feira, 29 de abril de 2009

DESAFIOS DO TRABALHADOR DOCENTE DO ENSINO SUPERIOR


Disciplina: CENÁRIOS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Aluno : NEOMIZIO LOBO NOBRE JÚNIOR

Desafios do trabalhador docente do ensino superior

Resumo: Esta temática abordou os desafios do docente do ensino superior. O referido tema traz a baila mudanças existentes no mundo do trabalho, o precário trabalho do docente e a insatisfação deste, que comprometem a qualidade do ensino e a necessidade de constante capacitação para o muno moderno.
Palavras-chave: motivação, educação; trabalho; docente; determinação.

1. Introdução
Sabemos que a mudança na educação é inevitável, bem como a necessidade de mudança no perfil do docente, visto as inovações tecnológicas e para que a educação fique em sintonia com as novas tecnologias deve o docente se capacitar para usá-las, no entanto, o mesmo nem sempre terá condições financeiras para se capacitar, tendo em vista que o profissional da educação no Brasil não possui uma boa remuneração, o que acarreta a saída de dele do mercado de trabalho diante da impossibilidade de custear sua própria capacitação, quando as entidades de ensino não os capacitam, por buscarem no mercado quem já está capacitado.
Neste trabalho, apresentam-se os desafios que os docentes enfrentam no cotidiano junto aos instrumentos de trabalho coadunando com a avaliação dos resultados, flexibilidade, motivação, visto a nova configuração da escola no mundo neo-liberal e ou globalizado.

2.Educação brasileira na atualidade
O Brasil hoje ainda está distante dos cenários tecnológicos dos países desenvolvidos. Por isso, no Brasil os professores trabalham com os instrumentos e tecnologias que lhe são disponíveis, para facilitar o processo de aprendizagem das partes envolvidas.
Os alunos de hoje que chegam às universidades são cada dia mais novos e/ou jovens, bem como, imaturos, sem saber ao certo o que querem, ou se possuem vocação para o curso que escolheu, além do impacto sofrido por eles quando da metodologia diferenciada do ensino médio.

3. Trabalho docente
Antigamente os profissionais da educação eram mais rígidos para alicerçarem seus objetivos quanto educadores. Na atualidade, muitas mudanças ocorreram no trabalho docente, que passou a desenvolver teorias e ações práticas, voltadas para a reflexão prática e teórica continuada, em um contexto mais flexível. O docente interage com alunos e colegas, planejando aulas, didáticas, avaliação, etc...
O lugar para execução do trabalho docente é a escola, a universidade, a faculdade, etc., em que diversas pessoas interagem entre si, por isso, este docente esta inserido no processo de educação, pois além de ensinar, ajuda a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, e a encontrar o caminho intelectual, emocional e profissional. Por outro lado o ensino organiza uma série de atividades didáticas para ajudar os alunos a compreender áreas específicas do conhecimento, além disso, o ensino é um processo social e pessoal, visto que cada um desenvolve seu estilo e caminho.

4. A Escola contemporânea
Nos dias de hoje percebe-se que a escola em sua organização busca a produtividade, onde, cada pessoa exerce determinada atividade fragmentada e individualista, como o modelo de trabalho das empresas, que objetivam o lucro, assemelhando-se o professor a figura de outros trabalhadores, onde o que se espera e apenas o resultado (LUCRO).
Além disso, as perdas salariais, são fatores fundamentais para o abandono, desistência, insegurança, imobilismo, sensação de fracasso, que vai deteriorando a relação que o professor estabelece consigo e com seu ambiente de trabalho perdendo assim o sentido do trabalho, além de não encontrar satisfação no mesmo e acabar desistindo do mesmo.

5. O desafio do emprego.
Hoje o que se observa é uma procura pelos profissionais com mestrado e/ou com doutorado e os profissionais que não possuem tais títulos, estão ficando a margem no mercado de trabalho, como se estes profissionais fossem incompetentes, inferiores, menos didáticos que os demais.

6. Conclusão
É sabido que todos os profissionais, em especial os docentes, terão que se adequar ao mundo atual, tendo que aderir ao novo, promovendo assim a busca do saber de forma a interagir com o mundo, por mais que a realidade seja assustadora para o trabalhador da educação, este tem que enfrentá-la, habituando-se as tecnologias, pois com isso estará apto a ser bem aceito no mercado.

REFERÊNCIAS:
- CODO, W. (Org.). Educação: carinho e trabalho. Petrópolis: Ed.Vozes, 2006.
- Guedes-Bruni, RR (2005) O desafio do ensino superior na educação científica e no indissociável
estímulo a pensar. Natureza on line 3(2): 27–29. [online] http://www.naturezaonline.com.br
- LANDINI, S. R. Professor, Trabalho e Saúde: as políticas educacionais, a materialidade histórica
e as conseqüências para a saúde do trabalhador-professor. Regulação Educacional e Trabalho
Docente-UERJ – Rio de Janeiro.
- MAUÉS, O. Profissão e Trabalho Docente em Tempos de Reforma da Educação superior. In: GEMAQUE, R.
M. O. LIMA, R. N.(Orgs.). Políticas Públicas Educacionais: o governo Lula em Questão. Belém: CEJUP,
2006.
- POCHMANN, MARCIO. In: LIMA, MARCELO A. Apostila da Disciplina “Cenários da Educação Superior”, Ananindeua. 2009.

domingo, 26 de abril de 2009

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DOS SABERES DOCENTES DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO SUPERIOR EM INICIO DE CARREIRA

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DOS SABERES DOCENTES DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO SUPERIOR EM INICIO DE CARREIRA


Pós-Graduandas – Fama/2009
Maria Tereza do Nascimento Bentes
Rosana do Carmo Magalhães da Silva
Sarita Thomaz Camillo

Resumo

Neste estudo, procuramos compreender o processo de construção dos saberes docentes dos professores universitários em início de carreira sob as influências dos contextos institucional e social. A sustentabilidade do ensino superior provoca a reflexão sobre os saberes docentes e autonomia dos professores, pela qual o professor é comparado a um artesão, aquele que dar formas a matéria, esculpindo a peça criando a perfeição. Então o sentido da docência encontra-se na humanidade. O destaque é para a intensidade e da natureza do processo de internacionalização do ensino superior e se este será regulado como um bem público ou com um sentido público, ou se será tratado como uma mercadoria. Os principais condicionantes e cenários do ensino superior no Brasil procura articular um contexto macro (econômico, político, tecnológico, social, cultural, etc.) com as especificidades deste campo. O estudo revelou que os professores constroem os saberes da docência universitária ao longo de suas trajetórias pessoal-profissionais, nas experiências do mundo social vivido, nas relações com os alunos, com o meio sócio profissional e nas relações didático-pedagógicas no contexto das situações de ensino aprendizagem. Esses saberes se configuram a partir das demandas da prática educativa e do contexto sócio-institucional, orientando e fundamentando a prática docente, constituindo a especificidade de ser professor.

‘Palavras-chaves: Saberes docentes – Globalização - Carreira docente


Introdução

A sociedade passa por um processo de construção dos saberes docentes dos professores levando em conta as mudanças quando se imagina os cenários mundiais focalizados no ensino superior. No plano internacional é que as transformações estruturais em curso nas duas últimas décadas parecem provocar uma ampla reestruturação e reorganização da economia e das relações políticas mundiais. Evidentemente não é tão simples como parece, o processo é bem complexo e exige compromisso de todos no seu desenvolvimento, até porque as organizações são formadas por públicos diversificados e, com tal exigência compreensão macros desses sujeitos sociais e do macro ambiental em que estão inseridos. É preciso antes de tudo conhecer o processo de existência da organização, sua finalidade, seu pressuposto e seu objetivo, sedimentando uma cultura interna com vista a dar vida a esse micro sistema. Autor Campos (2007) fala sobre uma sociedade contemporânea que necessita de professores capazes de formar em nossos alunos um pensamento critico. E, profissionais com desempenho e qualidades para a formação de aluno, mais centrado na realidade cultural e social. É preciso pensar um sistema que possibilite ao sujeito o respeito ao tempo e ao espaço dele na sociedade.




Os Rumos da construção de saberes da Educação Superior no Mundo Globalizado

Os seres Humanos com o caminhar do tempo tiveram, a necessidades de se organizarem para receber informações e conhecimento para a formação de uma cultura mais social, trazendo assim o processo de socialização facilitando uma reprodução social.Mas com o crescimento do mercado passa-se a determinar conceitos e temos o enfraquecimento dos estados nacionais valendo só a lei que o mercado nos impõe.
O mercado é o centro de todas as coisas como a produção global e o capitalismo financeiro temos assim o neoliberalismo,o mercado se determina buscando melhores locais para a valorização envolvendo dinheiro, milhões assim como vamos considerar que vivemos na era de uma sociedade do conhecimento. Crescente disponibilidade de novas tecnologias para a educação e crescimento da educação a distância A tendência da aceleração da produção científica e tecnológica traz conseqüências diretas também para a forma como a educação vem se realizando (dentro e fora das salas de aula). Estas são percebidas, em primeiro lugar, pela facilitação ao processo de internacionalização do ensino, em segundo lugar pela presença de novas tecnologias no processo ensino aprendizagem e em terceiro lugar pela criação de novas metodologias, incluindo o ensino a distância que, a cada dia, torna-se mais interativo, rompendo as barreiras de isolamento pelas quais tanto foi criticado.


O Ensino Superior no Brasil - Condicionantes, Tendências e Cenários para o futuro.

A abordagem exploratória de Cláudio Porto e Carla Régnier neste estudo observa que mapear futuros possíveis e prováveis para o ensino superior no mundo, e sobretudo no Brasil visando subsidiar ao debate em torno do tema e também formulação da educação secundária no país.
Nele está incorporada toda a experiência em estudos e projetos de cenários e planejamento estratégico (inclusive instituições de ensino superior).
Aborda o ensino superior numa perspectiva mundial, tentando identificar e destacar tendências de transformação, condicionantes e incertezas que conformarão à trajetória deste campo nos próximos 22 anos. Destaca-se para a intensidade e natureza do processo de internacionalização do ensino superior e se este será regulado como um bem público ou será tratado como mercadoria.
O cenário que vivemos se destaca da seguinte ferramenta cognitiva que descreve uma determinada estória sobre amaneira como o mundo ou parte dele poderá se transformar no futuro,partindo do momento presente e chegando a um determinado horizonte. Os Cenários com mais possibilidades de ocorrência da realidade visando reduzir a inevitável incerteza frente ao futuro sem cair no determinismo.Surgem novos arranjos institucionais a criação de universidades Virtuais para a formação de ensino a distância em consórcios para a atuação tanto no EAD, quanto no ensino presencial é uma tendência que começa a tomar vulto internacionalmente.
Novos arranjos institucionais – a criação de universidades virtuais e a formação de consórcios. Mas a formação de consórcios (regionais, nacionais e até mesmo globais) não se restringe ao EAD, ao contrário eles vão muito além, atingindo tanto o desenvolvimento de pesquisas quanto o intercâmbio de estudantes em programas tradicionais de formação.
Aceleração da produção científica e tecnológica e mudança do padrão de competitividade das nações. Neste sentido, o diferencial de competitividade tende a depender, cada vez menos, da abundância de recursos naturais e energia barata, assim como de mão-de-obra de baixo custo.
Contudo, no Brasil o Ensino Superior Público apresenta-se no cenário de ensino qualitativamente elevado em relação ao setor privado, porém tendo ainda algumas dificuldades no contexto macro econômico, político,tecnológico,social,cultural,etc.As Universidades Privadas já assumem muitas vezes o papel de assumir a responsabilidade de qualificar o aluno para o mercado de trabalho exigente, tratando como uma certificação em que o aluno está em busca de sua qualificação profissional .

Focalização no Ensino Superior

Neste cenário a educação é valorizada como nunca fora antes, e não apenas por questões econômicas, mas também por possibilitar a perpetuação e transferência dos valores nobres da humanidade. Por isso, conteúdos humanistas são estimulados, ainda que não possuam uma aplicabilidade prática imediata nos sistemas produtivos. A educação cresce em importância e continua sendo a principal força motriz da inovação e competitividade dos países. Imensos investimentos são feitos pelas nações tendo em vista melhorar o patamar educacional de sua população. No entanto, a preocupação com a transferência das tecnologias educacionais ou com a melhoria da qualificação dos professores locais não é a tônica, ficando estas iniciativas a cargo de negociações específicas que podem ou não serem bem sucedidas. Mas o que ocorre é que a prática geral de a simples tradução de grades curriculares e material didático (visando ganhos de escala e redução de tempos) levam as grandes perdas do patrimônio cultural das localidades, uma vez que a ênfase é na padronização dos processos de ensino aprendizagem ao redor do mundo.

O Macro-Ambiente

Um balanço recente das transformações econômicas e políticas no Brasil, que vem atravessando, nas últimas décadas, um processo combinado de modernização econômica e abertura externa com estabilidade econômica que, não obstante, tem provocado uma indesejável e persistente retração da economia nacional. Por outro lado, o “novo” governo está empenhado na aceleração das reformas não concluídas pelo governo passado, particularmente a reforma da Previdência – para reduzir o déficit fiscal e permitir uma recuperação da capacidade de poupança interna – a tributária – para moderar o Custo Brasil que decorre, dentre outros fatores, da elevada carga e, principalmente, dos impostos em cascata – e a trabalhista – para flexibilizar a legislação e reduzir a rigidez dos acordos de trabalho que inibem a formalização dos empregos.

Os Fundamentos dos Cenários Condicionantes do Futuro

Tendo por base todos os fatos, tendências e mudanças expostas até aqui, fica evidente que o ambiente de atuação do ensino superior e o próprio modo de conceituar este nível de educação estão passando por transformações de natureza e grau tão profundos que apontam para uma quebra de paradigmas com conseqüências ainda não de todo vislumbradas.


Conclusão

Nesta linha de estudo verificamos grande maioria das instituições privadas e particulares,para conseguirem sobreviver em um ambiente econômico instável e muitas vezes recessivo, e sem fontes de financiamento confiava ou de longo prazo priorizam a redução de custos, o que se traduz na operação com estruturas muito enxutas, altas relações de docente e funcionário por aluno, turmas bastante ampliadas, entre outras. Com isso conseguem baixar seus preços, com conseqüências sobre a qualidade sistêmica, mas isso acaba por permitir o ingresso de alunos das classes C e D nesse nível de ensino. O resultado é uma abertura implantada de maneira drástica e pouco negociada, ao invés de gradual e participativa. Assim, por volta de 2008, o ensino superior brasileiro começa a ser ajustado para subordinar-se fundamentalmente à lógica do mercado, com a implantação de um novo marco regulatório. A exigência de adoção de ações afirmativas, via estabelecimento de cotas, a populações em situação de desvantagem (egressos do ensino público, negros, índios, etc.) que foi a tônica no inicio do período, tendo sido inclusive implanta em algumas instituições pontuais, acaba caindo por terra, em parte devido à impossibilidade de fiscalização, e em parte devido às resistências dos grupos que se sentiram prejudicados pelas mesmas. As universidades tornam-se absolutamente livres para decidir os quantos irão investir em pesquisas, mas não há uma cobrança sistemática e nem um acompanhamento da qualidade dos trabalhos realizados.

Referencias Bibliográficas

Campos,Casemiro de Medeiros. Saberes docentes e autonomia dos professores.Petropolis. Rio de Janeiro;2007

Castro, Cláudio Moura. Educação Brasileira – consertos e remendos. Rio de Janeiro: Rocco; 1995

Castro, Cláudio de Moura. Ensino Superior: o desafio de andar para a frente. In: O Ensino Superior em Transformação. Org. Eunice Ribeiro Durham e Helena Sampaio. São Paulo: Núcleo de Pesquisa sobre o Ensino Superior (Nupes) / USP, 2001

Porto, Claudio; Nascimento, Elimar; Buarque, Sérgio. Cinco Cenários para o Brasil 2001-2003. Rio de Janeiro: Nórdica, 2001.

Régnier, Karla. Educação, Trabalho e Emprego numa perspectiva global. In: Boletim Técnico do Senac, vol. 23, n. 1, jan./abr. 1997

Régnier, Karla; Arroio, Ana. O Novo Mundo do Trabalho: Oportunidades e Desafios. Macroplan. Alertas do Futuro, n. 6. Abril de 2001

Régnier, Karla; Caruso, Luis Antônio; Tigre, Paulo. Pesquisa e Desenvolvimento no SENAI: impactos na indústria e na educação profissional. Montevideo: Cinterfor. Papeles de la Oficina Técnica, 11

OLHARES SOBRE O ENSINO SUPERIOR: reflexões e proposições

OLHARES SOBRE O ENSINO SUPERIOR: reflexões e proposições
Adriano Coutinho de Carvalho[1]
Elizete Soares de Lima[2]
RESUMO
Este trabalho traz uma breve exposição da análise feita pelos autores da função social que a universidade, seja pública, seja privada possui em nossa sociedade.

Palavra-chave: universidade e sociedade

INTRODUÇÃO
A Sociedade Brasileira acompanhando as mudanças e tendências mundiais em relação ao desenvolvimento sócio/econômico tornou-se um país que também tem como base o desenvolvimento tecnológico, assim, construindo uma sociedade de informação e tecnologia. As universidades públicas e privadas dentro desse contexto mundial e local tornam-se importantes agentes de mudança ou de manutenção da forma com a qual a sociedade compreende a educação, a própria sociedade (em uma visão ampla das relações sociais em todos os âmbitos), o desenvolvimento econômico e o processo político. É importante ressaltar o questionamento sobre a ação das universidades sobre esse contexto. Quem faz a universidade? Qual o papel da universidade na sociedade? O que a universidade tem feito para realizar seus objetivos e o que falta para que ela realize a sua função social?

A UNIVERSIDADE E SEUS ASPECTOS GERAIS
A universidade desde os primórdios teve como função basilar o desenvolvimento educacional ligado às necessidades de uma elite econômica, mas com o desenvolvimento das sociedades e com a ampliação do acesso ao ensino superior as universidades sofreram uma mudança de perspectiva e incluíram em seus objetivos o desenvolvimento social, científico e atuação no campo político. Porém, com o avanço do capitalismo e do sistema neoliberal a demanda do capital por mão de obra qualificada e alienada em relação ao processo e procedimentos de intervenção sobre a realidade das sociedades impregnou o ensino superior de pragmatismo econômico e tornou as universidades celeiros de qualificação técnica a nível superior deixando de lado o papel social e político. O resultado foi a formação de profissionais muitas vezes imensamente qualificados para exercer sua função profissional/técnica, entretanto, sem uma visão mais crítica da sua ação na sociedade. Pessoas formadas dessa forma podem contribuir para que a sociedade possa desenvolver mais e mais tecnologia, infelizmente essas pessoas também contribuem para que os donos do poder continuem donos do poder, pessoas assim não podem ser chamadas de cidadãs, pois não sabem exercer seus direitos e muitas vezes não fazem as suas obrigações. Pessoas assim acordam de manhã vestem-se para trabalhar, fazem suas atividades profissionais (somente o necessário para receberem seus salários no final de mês) e voltam para casa sem questionar-se porque existem tantas pessoas (crianças também) vendendo ou fazendo malabarismo nos sinais, não se questionam do motivo de tantas pessoas estarem morando nas ruas, não se questionam em relação aos motivos que levam as pessoas a colocarem grades e cercas elétricas em suas casas, eles não perguntam para si mesmos o porquê da natureza estar tão louca ou os motivos do mundo estar em uma crise, tampouco compreendem a crise. Pessoas assim podem ser “bons” profissionais, mas não são seres modificadores da realidade, não são atores da historia, ate mesmo da sua própria historia. E quando essas pessoas são exercem a pratica docente, o problema torna-se mais grave, pois os docentes são por sua posição, importantes formadores de opinião.
A universidade e transmissora, criadora, fomentadora, modificadora, critica do conhecimento que a humanidade possui e é a partir do conhecimento cientifico dialogando com as outras formas de conhecimento que as sociedades desenvolvem, mantém, modificam e melhoram a forma de pensar o mundo. Dessa forma como pensar a universidade?
A principio podemos falar que a universidade, infelizmente, e uma realidade distante da maioria das pessoas. No Brasil, apenas 5,69% da população tem nível superior e no Para os números são ainda menores. Os bairros nos quais a Universidade Federal do Para (Belém e Castanhal) esta situada são periféricos, com falta de saneamento básico, com índices elevados de criminalidade e baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Os moradores desses bairros quase não freqüentam a Universidade por que, apesar de serem vizinhos da instituição, estão longe da realidade e são ainda menores os números de moradores desses bairros que conseguem estudar na UFPA. Mas, a universidade, principalmente a publica, não e do povo? A Constituição, lei máxima do país, não garante acesso à educação publica e de qualidade para todos e todas?
nds sinaisu vazendo malabarismoionar-se porque existem tantas pessoas (crianças tambmais e mais tecnologiaPodemos falar que a universidade, infelizmente, é uma realidade distante da maioria das pessoas. No Brasil, apenas 5,69%[3] da população tem nível superior e no Pará os números são ainda menores. Os bairros nos quais a Universidade Federal do Pará (Belém e Castanhal) esta situada são periféricos, com falta de saneamento básico, com índices elevados de criminalidade e baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Os moradores desses bairros quase não freqüentam a Universidade por que, apesar de serem vizinhos da instituição, estão longe da realidade e são ainda menores os números de moradores desses bairros que conseguem estudar na UFPA. Mas, a universidade, principalmente a publica, não é do povo? A Constituição, lei máxima do país, não garante acesso à educação pública e de qualidade para todos e todas? Porém, a situação do Brasil não garante esse direito. Mas, esse não é esse debate que propomos com este trabalho, ainda assim, acreditamos ser interessante o exposto acima para compreendermos melhor as idéias que seguem. Para finalizar este ponto, queremos ressaltar que a universidade é formada por docentes, discentes e técnicos que trabalham na universidade, mas cada um dos brasileiros também faz parte da construção das universidades: a lavadeira que não terminou o ensino fundamental, os estudantes de graduação, o lavrador analfabeto o professor de doutorado, todos os trabalhadores e trabalhadores que utilizam seis meses de seu salário para pagarem impostos e assim contribuir para que existam universidades (principalmente as públicas). Por isso, as instituições de nível superior devem, por todos os que pagam impostos, principalmente por aqueles que nunca irão ser beneficiados diretamente pelas universidades, devolver o que lhes é de direito. Como a universidade pode fazer isso?
A Universidade pública ou privada é a instituição máxima de desenvolvimento educacional na qual se formam os profissionais do presente e do futuro, porém não podemos conceber a universidade como formadora apenas de mão de obra qualificada, mesmo porque historicamente a universidade tem tido um papel muito mais abrangente e importante. Na história brasileira, foram os jovens universitários que engrossaram as fileiras de combate às injustiças, seja, por exemplo, contra uma ditadura truculenta e homicida, seja contra um presidente corrupto. Ao contribuir para que jovens, independentemente dos riscos, levassem até as últimas conseqüências a luta pelo direito de ir e de vir, de pensar, falar e de agir a universidade cumpria o seu papel social e educacional de contribuir para que a sociedade tivesse cidadãos mais críticos. Os resultados mais expressivos foram: a democracia que temos agora, com a queda do regime militar; e a cassação do mandato de Fernando Collor de Melo. Acredita-se que o papel da universidade vai além da formação de mentes criticas a universidade deve contribuir para que as mazelas da população que vive em situação desumana sejam erradicadas, mas podemos analisar da seguinte forma: ao contribuir para que os universitários tenham uma visão mais crítica das relações sociais, de sua posição como cidadãos com direitos e deveres esses universitários já terão consciência de sua obrigação, e dos benefícios para ele mesmo, de participar da construção de uma sociedade mais justa, solidária e menos desigual, além de valorizar a dignidade da pessoa humana. Agora, ao analisar essa compreensão de universidade fazendo um paralelo com as universidades públicas e privadas que temos na contemporaneidade, percebemos que estamos longe de ter universidades preocupadas com o seu papel interventor nos aspectos sociais e políticos de nossa sociedade. A universidade seguiu os moldes neoliberais e tornou-se apenas formadora de mão de obra qualificada. Porém, quando se insere a formação de professore dentro do quadro de mão de obra qualificada, pergunta-se: como podemos considerar mão de obra qualificada professores, que são formadores de opinião, que não possuem opinião formada ou que formam opinião através dos modelos da elite opressora? Então, torna-se cabível a utilização do termo “mão de obra qualificada”. Mas, apesar de não estar cumprindo a sua função social, a universidade ainda é um dos espaços mais indicados para uma visão diferente de nossa sociedade.

CONCLUSÃO
As pessoas que fazem a universidade precisam compreender “[...] a universidade como instituição educativa cuja finalidade é o permanente exercício da crítica, que sustenta na pesquisa, no ensino e na extensão. Ou seja, na produção do conhecimento por meio da problematização dos conhecimentos historicamente produzidos, de seus resultados na construção da sociedade humana e das novas demandas e desafios que ela apresenta”[4]. Além do caráter universal, multifacetado que as instituições de ensino superior necessitam ter para suportar a demanda de mão de obra qualificada, de desenvolvimento social e econômico sustentável, além da função política que a educação (em qualquer nível) possui e que na universidade torna-se mais intensa “Em suma, o acesso crescente e contínuo da população aos graus mais elevados de ensino torna-se uma medida tanto do potencial econômico (pela possibilidade de diferenciação competitiva) quanto de valoração/mensuração da meritocracia e da democracia praticada por uma nação. A educação agrega valor aos sistemas produtivos ao mesmo tempo em que se torna um valor superlativo de humanidade e do grau de civilidade e de desenvolvimento de um país.”[5] As pessoas que já compreendem a universidade como democrático e libertário precisam compreender também que não podemos deixar de conglomerar esforços, idéias e forças nesse intuito. A educação (de todas as formas possíveis e de todas as maneiras realizáveis) é o princípio basilar de todo o desenvolvimento qualitativo do pensamento humano e é por esse caminho e com esse objetivo que devemos pensar a universidade.


BIBLIOGRAFIA
http://jbonline.terra.com.br/nextra/2009/02/28/e280217647.asp acessado em 26 de abril de 2009

PIMENTA, S. G. & ANASTASIOU, L. G. C. Docência no Ensino Superior. Corttez, pág. 161

PORTO, C & RÉGNIER, K. O Ensino Superior no Mundo e no Brasil – Condicionantes, Tendências e Cenários para o Horizonte 2003-2025 Uma Abordagem Exploratória. 2003, pág. 08
[1] Aluno de pós-graduação em Docência do Ensino Superior pela Faculdade da Amazônia (FAMA)
[2] Aluna de pós-graduação em Docência do Ensino Superior pela Faculdade da Amazônia (FAMA)
[3] Números encontrados em http://jbonline.terra.com.br/nextra/2009/02/28/e280217647.asp acessado em 26 de abril de 2009 nds sinaisu vazendo malabarismoionar-se porque existem tantas pessoas (crianças tambmais e mais tecnologia

[4] PIMENTA, S. G. & ANASTASIOU, L. G. C. Docência no Ensino Superior. Corttez, pág. 161
[5] PORTO, C & RÉGNIER, K. O Ensino Superior no Mundo e no Brasil – Condicionantes, Tendências e Cenários para o Horizonte 2003-2025 Uma Abordagem Exploratória. 2003, pág. 08

Teste

A EDUCAÇÃO EM XEQUE: Para quê Aprendemos? Para quê Ensinamos?

Esd. José Tadeu Barbalho
Esp. Tamara Almeida Damasceno
Esp. Marcia Helena Tupinamba
RESUMO: Muitos educadores clamam por uma educação que promova mudanças significativas de inserção social, promoção humana e crescimento tecnológico e cientifico de nossas universidades. Clamam ainda por uma educação valorizada, da educação infantil aos cursos de licenciatura, enfim, uma linguagem acessível e clara em relação aos objetivos educacionais. A Educação Superior tem funcionado como depósito de alunos em busca de diplomas, egressos de uma educação repleta de distorções, o que acentua as críticas a um comportamento pouco produtivo na área de pesquisa, com dúvidas em relação à formação de novos licenciados, contrastando paradoxalmente com um mercado de trabalho tecnologicamente exigente e seletivo. Então o que estamos aprendendo? O que estamos ensinando? Neste momento de grandes mudanças e expansão de novas vagas no ensino superior, poderia significar a princípio uma abertura de novas oportunidades para grupos sociais que só assistiam, sem participar, de uma educação elitizada e privilegiada para poucos no ensino superior. Mas que ensino é este e sob quais condições ele se revela? Como os novos profissionais da docência estão percebendo essas mudanças e interagindo com elas?. Nossa abordagem acentua algumas influências e reflexões sobre a proliferação de novas IES, formação docente e mercado de trabalho, procurando entender essa dinâmica, que, no mesmo tempo que nos oferta novas expectativas de promoção social e intelectual, suscita novas interrogações de seus propósitos qualitativos.

PALAVRAS CHAVE: Educação-Ensino-Formação-Mudanças-Docência
1 – INTRODUÇÃO



A Educação do Ensino Superior nos últimos anos tem assumido uma série de questionamentos sobre os modelos que adota para gerir a educação. Nunca se discutiu tanto o papel do educador e a real legitimidade das IES no processo de expansão e oferta de cursos de Graduação.
Com as inovações tecnológicas e com as transformações ocorridas a partir do advento da globalização, passou a existir uma procura acirrada por qualificação e por formação acadêmica, pois, estes passaram a ser entendidos como elos fundamentais para admissão profissional.
A partir desta grande procura houve um grande surgimento de universidades e IES no Brasil como um todo, havendo uma abertura nos mercados para o exercício profissional docente. No entanto, apesar desta grande oferta e dos benefícios que são propostos, ainda acentua-se a desvalorização profissional, resquícios do processo histórico amargo da Educação Brasileira.
Assim, observa-se a introdução de um novo olhar, de uma nova discussão no cenário da Educação Superior acerca da profissão docente, onde este passa a refletir muito mais sobre a sua identidade, na tentativa de conhecer-se e viabilizar metodologias de atuação no atual cenário da Educação, o qual desponta intimamente fundamentado em mudanças tecnocientifícas.
No atual cenário, observa-se muito mais a profissão docente atrelada à busca pela certificação, uma vez que este tem sido um grande propulsor no que se refere à empregabilidade.
Neste âmbito, este texto projeta-se a partir de uma discussão a respeito do desenvolvimento educacional no Ensino Superior, interligado a nova Tendência Educacional que passa a ser compreendida no contexto da Pesquisa, questionando suas práticas e avaliando a importância do aprender e do ensinar no contexto sócio transformador a que se destina.
Em linhas de desenvolvimento também discute-se o processo de formação docente no cenário da Educação Superior, principalmente ao que tange a área do exercício profissional na atual conjuntura dos mercados.
Desta forma, espera-se contribuir para desencadear reflexões a respeito da temática de modo a viabilizar produções e estudos na área.
I – CENÁRIOS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR


Mudanças profundas no setor de educação estão começando a ocorrer no cenário brasileiro e a maioria das IES ainda não está preparada para tal mudança. Atender um público heterogêneo dentro de um o novo perfil de aluno, definindo e planejando ações que interferem nesse público e sustentar-se em um mercado em mutação, não é tarefa fácil.
Se de um lado os contornos dos possíveis cenários que podem vir a ocorrer não estejam ainda muito claros, por outro não restam dúvidas de que a educação como um todo, e a educação superior e profissional em particular, deixou de ser sinônimo de um conjunto de instituições – agindo de forma mais ou menos coordenada ou estável - para se tornar um setor em expansão: uma ‘área de negócios’, como preferem alguns. Atraindo recursos, gerando oportunidades, ampliando e diversificando seus ‘produtos’ e ‘serviços’, preocupando-se com seus clientes e suas necessidades diferenciadas e investindo em marketing, em ‘marcas’, em qualidade.
Nesta nova dinâmica, o fato mais marcante refere-se à expansão do acesso ao ensino superior em escala mundial ao longo da última década. A UNESCO, tendo por base a análise do comportamento deste setor no decorrer dos últimos anos, afirma:

A experiência comum de numerosos países é que o ensino superior não é mais uma pequena parcela especializada ou esotérica da vida de um país. Ele se encontra no próprio coração das atividades da sociedade, é um elemento essencial do bem-estar econômico de um país ou região, um parceiro estratégico do setor do comercio e da indústria, dos poderes públicos, assim como das organizações internacionais. (UNESCO, 1999. Pág. 246)

A necessidade de aprendizagem permanente passa a ser necessária para a vida profissional e, além disso, começa a ocupar lugar de destaque na esfera cultural passando a ser identificada como símbolo de status social: estar constantemente em processo de formação, de aprendizagem, indica a preocupação com o futuro, significa estar em ‘movimento’, estar ‘antenado’. Esta tendência dinamiza todo um conjunto de modalidades de cursos, que passam pelos cursos livres e chegam às pós-graduações (lato e stricto sensu).
Neste cenário a educação é valorizada como nunca fora antes, e não apenas por questões econômicas, mas também por possibilitar a perpetuação e transferência dos valores nobres da humanidade. Por isso, conteúdos humanistas são estimulados, ainda que não possuam uma aplicabilidade prática imediata nos sistemas produtivos.
A educação cresce em importância e continua sendo a principal força motriz da inovação e competitividade dos países. Imensos investimentos são feitos pelas nações tendo em vista melhorar o patamar educacional de sua população, mas a idéia predominante neste cenário é que a globalização avança dominada pela idéia da expansão sem freios do capitalismo. A regulação essencial é a que visa organizar a concorrência, não permitindo que um ator tire vantagens sobre os demais.
Há uma corrida mundial por diplomas e certificados, e cidadãos investem pesadamente na melhoria de seus patamares educativos individuais sob pena de ficarem definitivamente excluídos dos mercados de trabalho existentes.
A chegada de um novo modelo no ensino superior brasileiro é recebida com otimismo por alguns especialistas como Simon Schwartzman e analistas como Claudio de Moura Castro, que entendem que o novo momento traz o germe da efetiva transformação, podendo tornar o sistema “muito mais adequado e justo do ponto de vista social”. O que não quer dizer livre de riscos e de retrocessos, dependendo do caminho que venha a ser trilhado no futuro.

II – PROFISSÃO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR


A docência tem sido colocada em questão com grande ênfase no meio acadêmico ao se referir ao ensino da Educação Básica, no sentido de enfatizar melhorias para o quadro educacional atual, pois, entende-se que o processo educacional é um ciclo que depende de diversos fatores, dentre eles a formação.
Neste sentido, emerge um novo paradigma, referente ao professor de nível superior, pois os professores da Educação Básica necessitam cada vez mais de qualificação para atenderem as demandas sociais e os professores do nível superior por sua vez necessitam de formação para serem esses formadores.
A formação da profissão docente do ensino superior segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei nº 9.394/96 deve ser promovida “prioritariamente em nível de mestrado e dourado”, regulamentação que ocasionou diversos questionamentos, pois a obtenção de títulos em uma determinada área, não determina que o professor domine as diversas metodologias e técnicas que permeiam os saberes no processo ensino aprendizagem, seja ele na sala de aula ou em outros espaços.
Como afirma Pimenta e Anastasiou (2002) “[...] há certo consenso de que a docência no ensino superior não requer formação no campo do ensinar. Para ela seria suficiente o domínio de conhecimentos específicos, pois o que identifica é a pesquisa e/ou o exercício profissional no campo [...]”
Ainda que as ações de pesquisa sejam motivadas pela curiosidade, a pesquisa no meio acadêmico assume vários papeis, ou seja, cada pessoa traz consigo um entendimento diferente de acordo com sua visão de mundo. O formato educacional brasileiro padronizado e conteudista ainda mantém práticas que não contemplam uma linha de investigação desejável de pesquisa, tudo é muito parcelado, reduzido e limitado.
Construir novas teses, fundamentar novas discussões dos currículos atuais, pressupõe uma nova postura na forma de buscar essas informações. Não é a pesquisa pela pesquisa, mas o seu valor enquanto mecanismo de autonomia e de transformação social.
Os pressupostos que envolvem a busca por diversos saberes atravessam fronteiras que longe de se estabelecer uma condição para essa ou aquela pessoa, todos indiscriminadamente buscam novas formas de interagir com o mundo seja na educação formal ou de natureza empírica.
É oportuno refletir neste enfoque a realidade da dimensão docente no Brasil que, dito por muitos professores em pesquisa nacional, segundo Tânia Zagury em Professor Refém, os professores estão acuados por um sistema contaminados de distorções e reféns de um tempo que não possuem para participarem de cursos de aperfeiçoamento e/ou formações complementares às suas atividades.
A visão histórica e cultural em conceituar a Educação sobe o foco do Ensino tem origens nas séries iniciais da Educação Básica e por isso carregam a gênese das distorções verificadas nas universidades. É como a nascente de um rio em que suas águas buscam contornar obstáculos à sua trajetória, mas ao longo deste percurso são contaminadas por vários elementos desviantes à sua constituição.
O docente do ensino superior caracteriza-se pela sua atuação nos campos de pesquisa, extensão, desenvolvimento de projetos, obras autorais divulgadas e pela sua característica peculiar de promover o exercício da reflexão entre ciência, sociedade e educação no seu contato com os alunos formadores, ou seja, lidar, contribuir para formação de opiniões junto aos profissionais que irão atuar no campo de trabalho, seja ele na área educacional ou não, pois sabemos que a educação está presente nos diversos meios e relações onde há o contato humano.


III - CONSIDERAÇÕES FINAIS


O atual Cenário ainda é confuso na Educação Superior, pois novas mudanças ainda virão dentro deste contexto.
Desta forma, o profissional docente passa a ser um profissional que deve estar em constante processo de aprendizagem, buscando qualificação e requalificação para que possam acompanhar as inovações que ocorrem em grande velocidade, e se tornem profissionais críticos capazes de promover e transformar a atual realidade.


REFERÊNCIAS



PIMENTA, Selma Garrido e ANASTASIOU, L. Docência no Ensino Superior. Cortez Editora,2002.

UNESCO – O Ensino Superior no Século XXI – Visão e Ações – Documento de Trabalho. Paris, outubro de 1998. In:Tendências da Educação Superior para o Século XXI . Brasília: UNESCO / CRUB, 1999. Pág. 246)

ZAGURY, Tânia. Professor Refém. Record, 2008.

Desafios do trabalhador docente do ensino superior


Desafios do trabalhador docente do ensino superior

Claudio de Sousa Soares
Pós-graduação em Educação do Ensino Superior
claudioisan@hotmail.com.br

FAMA - Faculdade da Amazônia
Pará – Brasil



Resumo: Este estudo explorou o tema desafios do docente do ensino superior. Foi realizado um estudo bibliográfico acerca de pesquisas realizadas sobre o tema. O estudo traz à tona as relações que existem entre as modificações no mundo do trabalho, a precariedade do trabalho docente e a ausência de satisfação desses trabalhadores, podendo comprometer a qualidade de ensino devido à permanente rotatividade de professores da sala de aula e a necessidade de frequente capacitação às novas tecnologias, mas principalmente a possibilidade de ser feliz na profissão, apesar do mundo parecer assustador.
Palavras-chave: desafios, educação; trabalho; docente; felicidade.



1. Introdução
Quando estudamos os cenários da educação superior, cada vez mais ouvimos entre os estudiosos e pesquisadores é que a mudança na educação é inevitável. Inevitável também é a necessidade de mudança do perfil do docente. As novas tecnologias estão em foco e muitos têm expectativas que elas sejam a solução. E quando se fala em solução devemos perguntar para quem será essa solução, pois para que o trabalhador de educação fique em sintonia com as novas tecnologias ele deve se capacitar para usá-las e nem sempre o mesmo terá condições financeiras para isso, pois como é notório, no Brasil o profissional da educação não é bem remunerado, assim por falta de capacitação em novas tecnologias, muitos docentes poderão sair do mercado, visto que nem todas as entidades de ensino dedicam seus recursos para capacitar seus docentes, normalmente elas buscam no mercado quem já está capacitado. Entretanto precisamos nos dar conta que os docentes necessitam de novas tecnologias, pois elas quando bem empregadas podem mudar e qualificar as práticas pedagógicas, mas se forem usadas de qualquer maneira não será garantia de melhoria deste processo.
Aqui neste trabalho, serão apresentados alguns dos desafios enfrentados pelos professores no seu cotidiano frente aos seus instrumentos de trabalho, tais como os encontrados no uso das novas tecnologias de informação e comunicação, bem como o trabalho do docente que ao longo dos últimos anos vem sendo analisado em seus múltiplos aspectos e funções por ele assumidas ou levada a assumir. Então, pensar hoje este trabalho é antes de tudo redefinir o papel do trabalhador docente, que cada vez mais passa a ser relevante diante das mudanças ocorridas no mundo do trabalho, no sistema capitalista vigente.
Da mesma forma como acontece em outros ramos das atividades econômicas, o trabalho docente é ordenado segundo as normas aplicadas às empresas, numa lógica voltada para a flexibilização, eficácia e avaliação dos resultados e desempenhos. Esta reorientação no contexto dos processos de globalização e neoliberalismos traz consigo uma reconfiguração na organização escolar e consequentemente na concepção do trabalho docente e suas funções, frentes as reorientações da produção do sistema capitalista

2. Cenário Brasileiro
- A realidade no Brasil hoje ainda está muito distante do que é apresentado em outros lugares do globo, com cenários e tecnologias mais propícios. Desta forma, aqui os professores são desafiados no seu dia-a-dia a trabalharem com os instrumentos e tecnologias que lhe estão disponíveis. Veja a partir de agora alguns desafios enfrentados pelos professores no uso das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação. Estas variáveis influenciam diretamente no Ensino e também na Educação.
Os professores do ensino superior, de um modo geral, têm se confrontado com: o acelerado avanço da geração de conhecimento sobre fenômenos educacionais; disponibilidade de recursos tecnológicos, facilitadores à interlocução de diferentes partes envolvidas em determinado processo; disponibilidade e acesso facilitados a informações, bem como com a impossibilidade de processamento imediato das informações adquiridas, com cuidado e crítica necessários, de modo a inseri-las em seus conteúdos de aulas. Por outro lado, os alunos que chegam às universidades vêm cada vez mais jovens e mais imaturos. Muitos, ainda, na incerteza da opção que fizeram por ocasião do concurso de acesso ao ensino superior, se confrontam com uma metodologia diferenciada do ensino médio, o que lhes causa maior desconforto, concorrendo para este mal estar, o descompasso entre o que ouvia dizer do curso e o que, efetivamente, ele vivencia no curso escolhido.

3. Trabalho docente
Por longas datas o trabalho do profissional da educação foi cercado por um “véu sagrado”, que dava a ele a segurança necessária para desenvolver seu objeto, lhe trazia recursos necessários para garantir sua subsistência material e encaminhava solenemente ao “olimpo da felicidade”, cercando-lhe com o respeito da comunidade e deixando-lhe com uma perfeita auto-estima. Hoje muita coisa mudou o trabalho docente que é envolvido por teoria e ações práticas, produz resultados sobre o humano, requer reflexão teórica-prática permanente, aprofundamento e formação continuada. Sua complexidade envolve a interação com alunos e colegas, planejamento e gestão educacional do ensino, avaliação, transformações curriculares, etc... Neste sentido, conforme (TARDIF e LESSARD, 2005, p. 8) a docência é “...uma forma particular de trabalho sobre o humano, ou seja, uma atividade em que o trabalhador se dedica ao seu “objeto” de trabalho, que é justamente um outro ser humano, no mundo fundamental da interação humana”. Por isto ele é complexo e interativo e está em estado de tensão frente aos desafios impostos pela sociedade em que vivemos hoje, contraditória, complexa e que cada vez mais pressiona a escola e os professores para que se transformem e adquiram novas competências, aprendendo e ensinando aos alunos como lidar com uma avalanche de informações e as mídias que nos afetam a todo instante.
O espaço para execução do trabalho docente é a escola, uma organização na qual vários outros sujeitos (diretor, funcionários, pais, comunidade, etc...) intervém/interagem uns com os outros. Desta forma, reafirma-se que um professor trabalha com e sobre os seres humanos, sofrendo influências das diversas esferas e coletividades humanas. Esse profissional faz parte então de um dos processos mais importantes da vida, a Educação, que é segundo (MORAN et al., 2000, p. 12) “...além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, a ter uma visão de totalidade. Educar é ajudar a integrar todas as dimensões da vida, a encontrar nosso caminho intelectual, emocional, profissional, que nos realize e que contribua para modificar a sociedade que temos”. Já o Ensino é entendido como um processo mais voltado à compreensão do mundo como ele é e porque ele é assim, segundo o mesmo autor, p. 12. no ensino “organiza-se uma série de atividades didáticas para ajudar os alunos a compreender áreas específicas do conhecimento (ciências, história, matemática)”. Ele fala ainda que ensinar é “...um processo social (inserido em cada cultura, com suas normas, tradições e leis), mas também é um processo profundamente pessoal: cada um de nós desenvolve um estilo, seu caminho, dentro do que está previsto para a maioria.”.


4. Escola: novo modelo
Hoje ao olhar a escola percebe-se que sua organização busca igualar-se ao conceito de produtividade, a escola acaba por reproduzir em seu interior as mesmas relações existentes no modelo fabril, onde, cada indivíduo exerce determinada função, prevalecendo à fragmentação e o individualismo exagerado. Assim a escola, não esta distante da lógica do modelo organizacional do trabalho nas empresas, onde os objetivos centralizam-se para a reprodução da força de trabalho e da lucratividade.
Dentro desse novo cenário a figura do professor se assemelha ao trabalhador de fábrica, onde tudo que se espera do mesmo é resultado e produtividade, deixando-o à mercê até mesmo de várias possibilidades de adoecimento como é possível ver na afirmação de Landini (2006, p.01):
Neste quadro, o trabalho do professor sofre alterações em sua forma de organização, seus objetivos e destinação sustentados pelas políticas educacionais vigentes. As implicações para a saúde do professor, diante das atuais formas de ser do trabalho educativo configuram um quadro problemático, que permeia desde o abandono da carreira até problemas de saúde, relacionado ao sofrimento, colocando em questão a relação entre a objetividade social, os sentidos do trabalho e a sua não realização.
Os docentes estão expostos a adoecimentos, como stress, depressão, gastrite nervosa, vistas como doenças típicas que acometem outros trabalhadores, que trabalham em ambientes sob alta pressão, competitivos e de desgastes físicos e mentais (DEJOURS, 1992).
Paralelamente ao fator adoecimento, o docente vem perdendo a autonomia no seu processo de trabalho no cotidiano escolar, passando a identifica-se como um obreiro, que apenas cumpre sua jornada de trabalho, dentro de uma empresa, perdendo o entusiasmo pelo trabalho:
Esse ‘mal-estar’ em função de outras coisas da perda da identidade, das mudanças na natureza do trabalho, das perdas salariais, tem ocasionado também a desistências, significando esta não necessariamente o abandono do ser professor, o que implica uma apatia no desempenho das funções e uma enorme sensação de fracasso (MAUÉS, 2006, p. 162).

Em recente trabalho sobre o tema a Professora Maria Isabel Alves dos Reis,da UFPA, afirma “que a sensação de fracasso, de imobilismo, que o docente se depara no cotidiano escolar, vai deteriorando a relação que ele estabelece consigo e com seu ambiente de trabalho, surgindo assim, no meio educacional, a síndrome de burnout, em que o docente perde o sentido do trabalho, e não encontra satisfação no mesmo e acaba por desistir dele’.
Esta síndrome atinge trabalhadores que lidam diretamente com pessoas, têm como características, a exaustão profissional, onde os mesmos sentem que chegaram ao limite, do que poderiam dar de si no trabalho; a
despersonalização, em que as relações estabelecidas com o outro, são frias, distantes e impessoais, muitas das vezes agressivas e a falta de envolvimento pessoal no trabalho, em que o trabalhador perde habilidade para realizar o trabalho (Codo, 2006, p 237).

5. Formação e desejo de ser feliz.
Em um passado bem recente em nosso estado o saber na graduação era de responsabilidade de poucos especialistas e até de alguns graduados que se destacavam nas suas profissões. Assim acontecia nos curso de Ciências Contábeis, Filosofia e até mesmo no curso de Direito, isso tudo na renomada Universidade Federal do Pará. Hoje o que se percebe é um quadro bem diferente e tanto na UFPA como nas outras universidades e nas tantas faculdades existente na nossa região o que se vê é uma procura pelos profissionais com mestrado e/ou com doutorado. Dessa forma aqueles profissionais que não conseguiram somar nos seus currículos os títulos de mestre ou doutor, hoje estão saindo do mercado, pois é sabido que aqui na nossa região metropolitana tem instituição de ensino superior que já demitiu todos os profissionais de ensino que tinham apenas a especialização. Neste cenário percebe-se outro desafio: a formação pessoal como meio para alcançar a felicidade.
O mercado globalizado exige cada vez mais resultados deixando o trabalhador docente do ensino superior com mais dificuldades para elevar sua auto-estima, pois, diferente do pensamento antigo de que o trabalho estava associado ao pecado, hoje a realização do trabalho está associada à felicidade. Essa idéia é atual e notória. Quem chega na recepção de uma escola de formação profissional da cidade de Belém, a Escola Salesiana do Trabalho, pode entender essa idéia numa frase escrita por um padre do século XIX, Dom Bosco, que diz: “ O homem nasceu para o trabalho e somente quem trabalha com amor e assiduidade tem a paz no coração.” Essa notoriedade pelo trabalho também é percebida na música Guerreiro Menino de Raimundo Fagner:
Um homem também chora Menina morenaTambém deseja colo, Palavras amenasPrecisa de carinho, Precisa de ternuraPrecisa de um abraço, Da própria canduraGuerreiros são pessoas, São fortes, são frágeisGuerreiros são meninos, No fundo do peitoPrecisam de um descanso, Precisam de um remansoPrecisam de um sonho, Que os tornem perfeitosÉ triste ver este homem, Guerreiro meninoCom a barra de seu tempo, Por sobre seus ombrosEu vejo que ele berra.Eu vejo que ele sangraA dor que traz no peito, Pois ama e amaUm homem se humilha, Se castram seu sonhoSeu sonho é sua vida, E a vida é o trabalhoE sem o seu trabalho, Um homem não tem honraE sem a sua honra, Se morre, se mataNão dá pra ser feliz. Não dá pra ser felizNão dá pra ser feliz. Não dá pra ser feliz
6. Conclusão
Sabendo-se que a globalização é inevitável é certo que todos os profissionais terão que se adequar ao mundo e não o mundo ao profissional. Na atividade da profissão de educação também é certo que todos deverão ir em busca de reestruturação, pois não é possível fechar-se em casulos, visto que
A profissão de educador exige interação com o mundo. O educador tem que estar aberto ao novo, pois é ele que tem a missão de desmitificar vários mudos para todos aqueles que desejam a compreensão do mito.
Por mais que realidade mundial ou local pareça assustadora o trabalhador da educação tem que enfrentá-la, pois ele é poderoso mesmo sem se dar conta disso. O profissional docente necessita se atirar aos desafios, tem que se habituar às novas tecnologias, pois com isso estará apto a ser bem aceito nos seus espaços. O vê do sagrado que anteriormente envolvia o educador, hoje pode ser substituído pelas novas tecnologias, novos procedimentos e novas concepções do saber, pois o educador não necessita de mistérios, pois ele tem dentro de si algo que é mais importante para desenvolver a sua missão: o amor pelo saber. Enquanto houver amor pela educação, certamente o profissional docente vencerá, pois o amanhã será diferente.
REFERÊNCIAS:
- CODO, W. (Org.). Educação: carinho e trabalho. Petrópolis: Ed.Vozes, 2006.
- Guedes-Bruni, RR (2005) O desafio do ensino superior na educação científica e no indissociável
estímulo a pensar. Natureza on line 3(2): 27–29. [online] http://www.naturezaonline.com.br
- LANDINI, S. R. Professor, Trabalho e Saúde: as políticas educacionais, a materialidade histórica
e as conseqüências para a saúde do trabalhador-professor. Regulação Educacional e Trabalho
Docente-UERJ – Rio de Janeiro.
- MAUÉS, O. Profissão e Trabalho Docente em Tempos de Reforma da Educação superior. In: GEMAQUE, R.
M. O. LIMA, R. N.(Orgs.). Políticas Públicas Educacionais: o governo Lula em Questão. Belém: CEJUP,
2006.
- POCHMANN, MARCIO. In: LIMA, MARCELO A. Apostila da Disciplina “Cenários da Educação Superior”, Ananindeua. 2009.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Leitura do artigo

Caros(as) amigos(as) cursistas,
tendo em vista a proximidade do nosso terceiro encontro presencial, lembro que voces tem disponivel no email um material sobre o cenario do ensino superior. Sugiro a leitura para que possamos no encontro presencial elaborarmos um paper sobre o tema. No mais tenham um bom feriado.
Marcelo Lima